Órgãos de policial militar vítima de acidente são doados para transplante
- portalfnr
- 20 de jun. de 2016
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Na manhã deste domingo (19), foi realizada a retirada dos órgãos do policial militar de 33 anos, que se envolveu em uma batida, na Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Presidente Prudente no dia 12 de junho. A vítima faleceu neste sábado (18), após ter permanecido internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Regional, por sete dias. De acordo com a unidade de saúde, do corpo do paciente foram retiradas as córneas, os rins, o fígado e o coração.
Conforme as informações do médico coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Transplantes do Hospital Regional, Renato Ferrari, esta é a primeira captação de coração deste ano no hospital, além de ser a primeira captação múltipla realizada pela unidade, pois os órgãos do corpo do policial militar foram retirados, assim como os de uma mulher de 68 anos, que também teve a doação autorizada pela família. “É a primeira vez na história do hospital que realizamos duas retiradas de órgãos ao mesmo tempo. No caso do policial militar, apenas os pulmões não poderão ser doados porque eles foram danificados no momento do acidente”, afirmou.
Ferrari ainda ressaltou a importância das pessoas que têm interesse em doar seus órgãos, declararem essa vontade aos familiares. “Na tarde deste sábado [18], foi confirmada a morte encefálica do paciente e, como ele sempre afirmou aos familiares que tinha interesse em doar seus órgãos, toda a família e a sua noiva apoiaram a captação. Não é um momento fácil, por isso, é muito importante que haja esse esclarecimento para que os familiares não fiquem indecisos e respeitem a decisão do falecido”, disse. Os órgãos do policial militar serão levados para cidades do Estado de São Paulo, afirmou o médico. “Tudo será retirado para transplante, sendo que o coração vai para a capital, os rins para a Marília [SP], o fígado para Ribeirão Preto [SP] e as córneas serão removidas pela Santa Casa de Presidente Prudente. A cada pessoa que tem os órgãos doados, outras oito podem ser ajudadas”, esclareceu o profissional.
O coordenador ainda disse que as doações são feitas conforme a ordem da “fila única de espera”. “As pessoas costumam questionar sobre a destinação dos órgãos. Trata-se de uma fila nacional, que passará de paciente em paciente, conforme a sua inscrição e seu estado clínico. Já realizamos no HR mais de 300 retiradas e, diante de todo processo, não tem como pular fila de forma ilegal ou a realização de captação clandestina. Devido ao processo burocrático, como preenchimento de Certidão de Óbito e realização da autorização de doação, o processo de retirada pode demorar até 24 horas”, salientou.
Para evitar que os órgãos sejam perdidos, após a morte do doador, aparelhos os mantêm em funcionamento. “Para não perder tempo, nós fazemos com que tudo seja feito bem rápido, pois cada corpo reage de uma maneira a morte. Alguns, é possível manter os órgãos ativos por semanas, outros, apenas por algumas horas”, informou Ferrari.
Sobre as retiradas dos órgãos, o médico esclareceu que é proibido, por lei, que o corpo do doador fique “deformado”. “As pessoas não podem ficar desfiguradas ou deformadas após o transplante, por isso, a córnea, por exemplo, ao ser captada, como é retirado o globo ocular, uma prótese é colocada no lugar. Já os órgãos intracavitários, como rins e fígado, fica uma pequena cicatriz, mas ela não aparece, pois fica escondida pelas roupas”, salientou.
O acidente O policial militar de 33 anos ficou gravemente ferido após uma batida na Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Presidente Prudente. Ele conduzia um Volkswagem Polo e, por motivos a serem esclarecidos, colidiu na traseira de outro veículo. O acidente foi por volta das 7h15 do dia 12 de junho. Segundo informações apuradas pela Polícia Militar Rodoviária, ambos os veículos seguiam pela via no sentido Pirapozinho – Presidente Prudente, quando no km 458,900, o motorista do Polo perdeu o controle e atingiu duas placas de sinalização. O trecho está em obras. Ele morreu neste sábado (18), às 15h36, após permanecer por sete dias internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional.
Fonte e Foto: G1 Presidente Prudente
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